segunda-feira, 5 de abril de 2010

Quando tudo errado dá certo!

Esse final de semana eu consegui comprovar, para mim mesma, o quanto minha ansiedade e insegurança afetam a minha corrida. Fui para o interior de SP e lá fiz dois treinos bem diferentes. O primeiro, de pista, fiz na esteira da academia da cidade. Treinei de tarde, em um horário estranho para mim, mas foi otimo. Consegui controlar direitinho minha velocidade e terminei o treino cansada, mas tranquila. Eu não estava muito preocupada com a qualidade do treino, para ser bem sincera. Fui para a academia para matar o tempo, enquanto esperava uma carona do meu cunhado de volta para a fazenda. Sem nada mais para fazer, optei pelo treino de pista que não tinha feito durante a semana. Foram 11,2km em mais ou menos 59 minutos. Um tempo melhor do que a provinha de 10k da semana passada. Claro que eu estava na esteira e isso faz toda diferença, mas o que me chamou a atenção é que eu não fiquei mal, como fiquei na provinha, em nenhum momento. Fiz tudo como eu queria fazer e o treino fluiu. No dia seguinte, aproveitando o feriado, eu descansei. No sábado, acordei um pouco mais tarde do que o planejado e já chovia bastante. Tomei coragem, me troquei e fiquei pronta para o treino longo. Não era muito, 80 minutos, mas com o frio e a chuva lá fora, parecia muito mais. O Lá resolveu me acompanhar, ele queria dar uma 'soltada' e achou uma boa acompanhar meu ritmo. Fiquei feliz com a companhia, adoro correr ao lado dele. Bom, passou um tempinho e finalmente a chuva pareceu dar uma baixada. Saímos na garoa, eu estava decidida a ir de qualquer jeito. Era o meu último longo antes da meia maratona da Corpore. Eu tinha que ir. Primeiro fizemos o percurso de carro, deixando garrafas de água e um gel de carboidrato em locais estratégicos, escondidos no meio do mato. De dentro do carro parecia que teríamos que correr horas e horas para completar o percurso, fiquei com preguiça. Em seguida, com tudo pronto, enfrentamos o mau tempo. A chuva já tinha apertado outra vez, mas nem falamos sobre o assunto. Fomos. No início eu fiquei cansada, achei que seria bem pior do que foi, mas de repente eu percebi os quilômetros passando, minha respiração melhorando (graças aos comentários do Lá) e comecei a curtir cada minuto do treino. Passou bem mais rápido do que eu esperava. Felizmente a estradinha ajudou. O caminho de ida era cheio de subidas e elevações mas, consequentemente, a volta foi bem tranquila. Quando estávamos quase de volta o Lá me disse: Zi, estamos quase lá, tá na hora de apertar o passo. Pronto. Fiquei ansiosa, minha respiração voltou à desordem e meu coração lá em cima. Eu respondi: f... já tô daquele jeito, não quero apertar. O Lá então me traquilizou, me disse que não tínhamos que fazer nada, podíamos continuar naquele ritmo, para eu não me preocupar. Mas ele disse depois: Zi, você tem que confiar na sua corrida. Só isso. Ele não precisou falar mais nada, nem acelerar para me puxar. Eu mesma, sozinha, decidi que queria fazer isso... e deu certo. Fizemos a última parte do percurso em um ritmo maior do que o resto, como tinha que ser segundo a minha planilha. Fiquei muito feliz e consegui curtir o treino todo. Tudo porque estava chovendo, estávamos em outro lugar, num percurso mais difícil e eu ainda tinha domingo para treinar se nada desse certo. E todos esses contras me dariam as desculpas necessárias, caso eu não conseguisse. Por isso mesmo, porque eu não precisei me cobrar e não esperava um bom resultado, fiz o meu melhor treino longo do ano. E um dos mais gostosos da minha vida. Terminei com um pace médio mais veloz do que o que eu tinha que fazer, e sem me esforçar muito para isso, sem pensar que eu queria fazer isso. Eu queria que fosse sempre assim. Será que eu vou conseguir curtir a prova de domingo que vem?

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