quinta-feira, 29 de abril de 2010

Tá mais para uma lombada...

Ainda não consegui correr essa semana. Hoje, pela primeira vez desde sábado, fiz uma aula de bike porque não aguentava mais ficar parada ou só na musculação. Até arrisquei uma passada antes de sair de casa, mas não consegui chegar correndo nem até a porta. Na bike não senti dor, mas correr ainda não dá. Tô tomando remédio, fazendo gelo e tudo mais. Espero que até sábado eu já possa dar uma corrida pelo menos para aliviar essa minha aflição de ficar sem treinar. Tô chateada com isso ainda, mas pelo menos aproveitei esses dias para descansar. Quando voltar, começo com a corda toda. Só espero que seja rápido.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Uma pedrinha no caminho

Tô bem chateada com a dor no meu tornozelo. Foi no sábado, enquanto corria na USP. Não sei porque comecei a sentir uma forte dor no tornozelo direito, depois de mais ou menos 1h10min de treino. Eu estava correndo de leve, não estava forçando. Parei para tomar água e um gel de carboidrato e quando retomei a corrida não aguentei nem mais 10 minutos. A dor me pegou de surpresa e bem forte. Não sinto nada quando estou parada ou quando mexo o pé fora do chão, mas não consigo andar direito. Quando ando, ainda dói. Fiz gelo no sábado e ontem. A dor melhorou bastante, mas ainda não passou. Fiquei super chateada pois essa semana eu deveria começar os treinos com a Eli. Imprimi minha nova rotina de treinos toda empolgada, li e reli tudo o que eu teria que fazer e quando finalmente chegou a hora de sair correndo, não consigo nem andar direito. O Lá diz que foi um sinal, para que eu me acalme e não vá com tanta sede ao pote. Eu não sei. Sinal ou não, eu não gostei nada disso. Fui para a academia hoje e treinei só braço, costas e abdominais. Fiquei com vontade de correr. Tô ansiosa e essa dor (e consequentemente os dias parada) só aumentam o meu nervosismo. A minha esperança era que a dor desaparecesse até amanhã, mas pelo andar da carruagem (ou, mais literalmente, pelo meu andar) não vai ser assim tão rápido. Talvez eu consiga correr de novo na quarta-feira, mas não tenho certeza. Estou chateada e aflita.

domingo, 25 de abril de 2010

Endurance

Run if you can, walk if you have to, crawl if you must... just keep moving forward (Dean Karnazes - Endurance 50)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Who's counting?

Só para não perder o foco: 24 semanas para Chicago.

Eita ansiedade!

Essa noite foi tensa. Sonhei que estava em Chicago, a poucos minutos da largada, sozinha e sem ter treinado. O Lá não estava lá e eu não conseguia identificar nenhum conhecido por perto. Eu sentia como se aquele dia fosse hoje, ou amanhã, mas não em outubro. Eu não tinha treinado nada, não tinha feito a prova de 25km ou outro treino mais longo do que a meia maratona. Fiquei apavorada, me senti em dia de prova oral (surpresa) de matemátia no colégio. F@*$#! As pessoas ao meu lado estavam todas felizes e empolgadas para a corrida. Todo mundo já tinha experimentado os 42 km antes e tinham uma ideia melhor do que os aguardava. Eu não. Eu não tinha idéia do que estava para acontecer. Frio na barriga, desespero. Bem como nos dias de prova oral no colégio. Eu não sabia nem para onde tinha que ir para largar. E não tinha ninguém por ali com quem eu pudesse conversar... e me confessar: eu não sabia o que estava fazendo. Enorme foi o meu alívio quando ouvi os passinhos do Porter pelo quarto e me dei conta de que 1) ele estava solto pela casa e 2) eu ainda tinha 5 meses pela frente, com a Eli me treinando e muitos quilômetros para percorrer na USP antes do dia 10 de outubro. E mais: no dia D, o Lá estará por alí comigo. Certo que sempre há um nervosismo no ar em dia de prova e não conseguimos ser totalmente altruístas, mas o nosso abraço de energia (tradicional antes de todas as provas) faz a diferença para mim. Ufa! E "vamo que vamo".

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Feriado

Feriado. Dia de treinar com mais calma e descansar em casa depois. Hoje foi diferente, fui treinar com a Paulinha na academia do Itaim, onde eu nunca tinha ido, e depois corri uns 7km de leve. Foi gostoso, parecia que eu estava em outra cidade, outro país. De vez em quando é muito bom mudar o ambiente, parece que isso nos dá uma outra energia, um incentivo a mais. E hoje foi preciso. Comecei a correr com a maior preguiça do mundo, ainda com as pernas rígidas da musculação e não achei que fosse conseguir correr mais de 10 min na esteira. Mas o tempo foi passando e eu fui correndo... mais cinco minutos, mais cinco minutos etc. Parei com pouco mais de 7km porque já não tinha mais gel, gatorade ou água. Foi gostoso, o sentimento de dever cumprido e de ter conseguido mesmo com a dificuldade do início fizeram o meu feriado mais leve. Depois fui almoçar com meu pai em um lugar bem gostoso e voltei para casa para ficar com o Porter e ler um livro novo. De lanchinho, tomei um sorvete para rebater o calor. Foi merecido! Pena que está acabando...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

3, 2, 1... go!

Hoje, pela primeira vez desde que comecei a treinar, me peguei ansiando pelas minhas próximas provas. Me vi imaginando a hora da largada da 25k e da maratona empolgada e divertida, não com o pavor e desconforto com que eu costumava imaginar as minhas outras largadas. Não sei porque foi assim, só sei que gostei. Não sei se alguma coisa em mim realmente mudou ou se foi só um lapso porque nenhuma das duas provas está muito próxima, mas o fato de me desprender do martírio e de todo o peso que uma largada eminente costumava colocar nas minhas costas é motivo o suficiente para me dar mais vontade de treinar e de chegar bem à hora H. E quando digo bem (hoje pela primeira vez) eu quero dizer bem feliz e não só bem treinada. Talvez isso seja um pequeno reflexo da minha mudança de treinador (fiz o teste com a minha nova treinadora, Eliana Reinert, no sábado). E, talvez, a própria mudança de treinador seja um reflexo da minha mudança de comportamento, da maneira como quero que tudo isso funcione para mim. Ainda não consigo identificar o motivo exato para o meu sopro de 'curtição' e talvez isso nem seja importante. Mas eu sei que quero que ele dure, que esse fôlego e o sentimento gostoso me acompanhem até as linhas de chegada.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Discussão pública

Há uns dois dias, criei um grupo no site da Runner's World. Nunca fui muito de grupos de discussão e sites específicos, mas desde que comecei a correr catalogo todos os meus treinos no Training Log do site e costumo ler as últimas matérias. Reparei, neste tempo, que as dúvidas e anseios dos corredores, sejam eles de longa data ou iniciantes, são muito parecidos. Os interesses são parecidos, a rotina é parecida. Cada um na sua, mas com uma coisa muito importante em comum. Nós corredores (e que orgulho de me incluir neste grupo) planejamos a vida em torno deste assunto e isso é inevitável. Comemos pensando na corrida, dormimos pensando na corrida e, em muitos casos, viajamos pensando nas corridas. Quem nunca foi a outra cidade ou país para correr uma prova e acabou aproveitando para conhecer o lugar? (se não foi é porque ainda está no começo, mas logo essa primeira viagem chegará). E falo que foi para correr e aproveitou para conhecer o lugar porque é assim, a gente até prefere uns destinos a outros, mas a primeira escolha é sempre a prova... depois a gente presta mais atenção ao redor. Por isso mesmo, pela vontade de compartir as minhas dúvidas e anseios com outras pessoas como eu (e na tentativa de receber alguns conselhos dos mais experientes) criei um grupo chamado "My First Marathon" no site. Meu intuito é começar uma discussão sobre a primeira vez e tudo o que pode acontecer antes, durante e depois dos 42km. Quem sabe eu consigo até umas dicas de como aproveitar melhor Chicago depois, rs.

My First Marathon

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Pra me convencer

Hoje é um daqueles dias nos quais não consigo decidir se eu realmente merecia o descanso ou se saí da linha e deixei a preguiça me ganhar. Levantei de manhã na hora certa, peguei a minha roupa (que já estava separada) e fui me trocar. Fiquei parada, olhando para o espelho por uns cinco minutos, até que voltei para a cama e me rendi. Pedi cinco minutos a mais de sono. Faz muito tempo que eu não faço isso. Essa soneca vai totalmente contra o que eu acredito. Mas hoje, por alguma razão, eu não resisti. Deitei e acordei duas horas depois, muito feliz. Sonhei (muito) e quando abri os olhos eu não sabia nem onde estava. Demorou uns segundos para que eu conseguisse me situar: estava em casa, na minha própria cama. Claro que logo veio o sentimento de culpa, de que eu deveria ter levantado, vencido esse cansaço e corrido (literalmente) para o treino. Mas a verdade é que eu tenho algumas desculpas convencíveis:
1) corri uma meia maratona no domingo
2) não tenho planilha, estou sem treinador/treino até sábado
3) sábado começo um novo plano de treinamento, completamente desconhecido
Por todas essas razões, decidi acreditar que eu merecia esse descanso. No final da semana, serão 4 treinos bem feitos e não 5 mais ou menos. Acho que, nesse momento, isso é mais importante. E sábado começa tudo outra vez. Vamo que vamo!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Recuperação

Uns são contra, outros a favor. Tem gente que não se decide e gente que leva a sério demais, mas a verdade é que todo corredor já parou pra pensar naquela cervejinha do fim de semana ou do jantar num dia quente. Todo corredor já parou, nem que por um segundo, pra pensar se realmente faz diferença ou não. Se é carboidrato para a corrida do dia seguinte ou se é desidatração e calorias extras. Eu já fiquei sem passar perto do copo gelado por muitos dias antes de uma prova e já esqueci da prova no dia seguinte e tomei algumas durante um jantar gostoso ou para fazer parte da turma. Para mim, tudo é questão de equilíbrio. Nada que você faça com prazer e de maneira leve pode ser realmente ruim. Mas deixo claro que estou falando de UMA cervejinha (e 'inha' mesmo) e não uma noitada antes da largada. Acho importante pensar sobre o assunto porque, para um corredor, todas as escolhas do dia são influenciadas pela escolha maior de treinar as passadas. Tudo o que fazemos, influencia os treinos e vice-versa. Mas um hiato para a descontração e um 'treat' (seja ele qual for para quem não é fã do lúpulo e malte) é benéfico... e muitas vezes, necessário. Ontem foi o meu dia de aproveitar os benefícios da pausa para a descontração. Obrigada pelo jantar delicioso, Lá (e pelo copo que me esperava gelado!).

terça-feira, 13 de abril de 2010

Será que agora vai?

Acordei dolorida hoje de manhã, até mais do que ontem, mas resolvi treinar assim mesmo. Fui pra esteira e corri 50' conforme as recomendações do Lá (leve, com 10' moderados no final). Foi bom. Os primeiros 5' pareciam tortura, mas depois tudo foi se encaixando e eu desci da esteira menos dolorida e menos cansada do que quando subi. Definitivamente a prova de domingo foi uma injeção de ânimo e energia em mim. Isso aliado ao fato de que mudei de treinador. Acho que eu estava realmente precisando de novos ares, um novo começo para me manter motivada. E eu espero que este seja só o começo.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Metade do caminho

Consegui. A prova foi divertida... do começo ao fim. Cheguei cedo lá, com tempo para pegar o kit com calma, ir ao banheiro e me preparar para a largada. Larguei com calma, feliz e emocionada com a trilha (que é brega mas funciona) da Carruagem de Fogo ecoando pela USP. Encontrei conhecidos pelo caminho, fiz cada km me policiando para manter um ritmo legal. O caminho todo eu queria ir mais rápido, mas sabia que precisava guardar energia para completar bem os 21km. E foi isso que aconteceu. Eu fiz a prova toda sem sentir aquela coisa horrível da Track, sem sentir que eu tinha que parar, que não conseguiria. Eu nem acredito que foi tão legal. Consegui prestar atenção no caminho, nas pessoas em volta, na minha respiração... em tudo. Foi gostoso. Eu tive que me acalmar algumas vezes, controlar a ansiedade, mas dessa vez eu consegui. Só nos últimos dois quilômetros que o nervosismo me escapou, mas acabei usando essa energia para ir mais rápido, já que estava terminando. O Lá estava me esperando logo na chegada e foi um impulso a mais para o sprint final. Foi a prova cabal: eu adoro meia maratona. Essa é a minha prova ideal! (por enquanto...)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

DIVERSÃO!

Ai ai, tá chegando. Mas hoje eu acordei serena, sem frio na barriga. Agora, pensando no momento da largada, me dá um medinho, mas nada parecido com o que eu senti das outras vezes. O problema é que isso mesmo me deixa preocupada. Isso me faz pensar que a minha ficha não caiu e que a corrida pode ser muito mais difícil do que eu imagino. Ai ai. Mas, tudo bem. Estou começando um novo ciclo, com uma nova treinadora e essa corrida é para fechar este meu primeiro momento. Não tem problema se eu não chegar ao final, se eu não conseguir. Mas quero cruzar a linha de chegada! Vou com calma, de mansinho e tentando aproveitar o acontecimento. Eu já vou estar acordada, bem alimentada e treinada pra isso. Vou fazer o melhor que eu puder no domingo de manhã. O importante é que eu curta o momento. Curta o percurso, a corrida, meu corpo em movimento, a companhia... enfim, que eu curta estar ali. O mais importante é que seja DIVERTIDO! Ai ai.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Pensamento positivo

Tá tudo bem. Vai ser divertido. Vou sem compromisso, sem me preocupar com o tempo. Vou ouvindo música, só as músicas que eu mais gosto. Vou levar o meu gelzinho preferido. Vou tomar um café da manhã delícia depois. Vou tirar foto chorando de novo. O Lá vai tá me esperando na chegada. Tá fácil, tá fácil, tá muito, muito fácil... ai ai ai

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Somethings never change

Domingo está chegando. Eu ainda não pensei muito no assunto, ainda não caiu a minha ficha que serão mais de duas horas correndo... de novo. Eu comecei a ficar apreensiva hoje justamente porque não estou apreensiva como das outras vezes. Pra ser mais clara, eu estou com medo justamente porque dessa vez eu não estou com medo. Não sei se dá para entender, mas a minha falta de preocupação me preocupa. Tô com medo de não estar esperando muita coisa e, na hora, ver que é bem pior do que eu esperava. Talvez isso seja o resultado de um exercício contínuo que estou fazendo para manter a calma: toda vez que penso na corrida, digo a mim mesma que não vou fazer a prova olhando no relógio e que nem quero ver a estratégia montada pra prova. Quero ir no meu ritmo, no ritmo que eu estiver afim de fazer no dia, sem me importar com o tempo. Estou fazendo essa prova para terminar e não para bater um recorde pessoal. Quero curtir o percurso e o exercício. Quero curtir o meu corpo em movimento. E se não der, não deu. Não vou me cobrar tanto como fiz das outras vezes... Mas foi só escrever sobre o assunto, colocar tudo pra fora que as coisas voltaram ao normal. Tô nervosa agora. Xiiii, vou voltar para o meu exercício mental: NÃO ESTOU PREOCUPADA COM O TEMPO / VOU FAZER A PROVA PARA CURTIR / VAI TER UM BELO CAFÉ DA MANHÃ ME ESPERANDO DEPOIS (oops, essa eu deixei escapar sem querer) etc. Algumas coisas nunca mudam...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Argh ou Uhuuu?

Acordei atrasada e com preguiça. Hoje é terça e terça é dia de treino de pista... Depois de uns minutos perdidos olhando para o espelho, decidi que ia de qualquer jeito. Me troquei, tomei café super rápido e saí. Cheguei ao parque só uns 5 minutos atrasada, eu perderia só o alongamento inicial. Sem problemas. Mas, quando saí do carro, o céu desabou. Uma chuva forte, gelada, que não me deixava ver muito a frente. Entrei no carro de novo. Fiquei um minuto olhando para o relógio, pensando se eu deveria enfrentar a chuvarada e fazer o treino de pista ou se eu deveria seguir para a academia e fazer o treino de quinta feira na esteira. Liguei para o Lá para saber o que era melhor, tendo em vista a corrida de domingo que vem. Ele me disse o que eu não queria ouvir: Zi, é melhor fazer a pista hoje, senão fica muito perto da corrida. Desliguei o telefone e resolvi juntar as minhas duas opções. Como continuava chovendo muito, fui para a academia e fiz o treino de pista na esteira. No começo foi estranho, eram tiros de 400m (12 tiros para ser mais específica), mas depois de uns 3 tiros consegui encontrar a fórmula. As pessoas em volta me olhavam como se eu fosse louca. Correndo como uma condenada por um minuto e quarenta (em média) e andando bem devagar depois. A cada tiro alguém me perguntava 'já acabou?'. Tive que responder umas dez vezes que NÃO, ainda tinha alguns tiros para fazer, estava só no intervalo. Não acho que todo mundo tenha entendido, mas tudo bem. No final, quando terminei, fui tomada pelo sentimento do dever cumprido. Fiquei feliz de ter insistido e feito o treino que eu tinha que fazer, na velocidade que estava programada. Claro que não foi exatamente como eu tinha planejado, mas foi bom. E eu nem acredito que estou escrevendo que foi bom. Talvez os treinos de pista não sejam tão ruins assim, pode ser só a minha maneira de ver esses dias, ou algum treino específico. De qualquer jeito, hoje eu até me diverti. Ufa! Há sempre maneiras diferentes de ver a mesma coisa.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Quando tudo errado dá certo!

Esse final de semana eu consegui comprovar, para mim mesma, o quanto minha ansiedade e insegurança afetam a minha corrida. Fui para o interior de SP e lá fiz dois treinos bem diferentes. O primeiro, de pista, fiz na esteira da academia da cidade. Treinei de tarde, em um horário estranho para mim, mas foi otimo. Consegui controlar direitinho minha velocidade e terminei o treino cansada, mas tranquila. Eu não estava muito preocupada com a qualidade do treino, para ser bem sincera. Fui para a academia para matar o tempo, enquanto esperava uma carona do meu cunhado de volta para a fazenda. Sem nada mais para fazer, optei pelo treino de pista que não tinha feito durante a semana. Foram 11,2km em mais ou menos 59 minutos. Um tempo melhor do que a provinha de 10k da semana passada. Claro que eu estava na esteira e isso faz toda diferença, mas o que me chamou a atenção é que eu não fiquei mal, como fiquei na provinha, em nenhum momento. Fiz tudo como eu queria fazer e o treino fluiu. No dia seguinte, aproveitando o feriado, eu descansei. No sábado, acordei um pouco mais tarde do que o planejado e já chovia bastante. Tomei coragem, me troquei e fiquei pronta para o treino longo. Não era muito, 80 minutos, mas com o frio e a chuva lá fora, parecia muito mais. O Lá resolveu me acompanhar, ele queria dar uma 'soltada' e achou uma boa acompanhar meu ritmo. Fiquei feliz com a companhia, adoro correr ao lado dele. Bom, passou um tempinho e finalmente a chuva pareceu dar uma baixada. Saímos na garoa, eu estava decidida a ir de qualquer jeito. Era o meu último longo antes da meia maratona da Corpore. Eu tinha que ir. Primeiro fizemos o percurso de carro, deixando garrafas de água e um gel de carboidrato em locais estratégicos, escondidos no meio do mato. De dentro do carro parecia que teríamos que correr horas e horas para completar o percurso, fiquei com preguiça. Em seguida, com tudo pronto, enfrentamos o mau tempo. A chuva já tinha apertado outra vez, mas nem falamos sobre o assunto. Fomos. No início eu fiquei cansada, achei que seria bem pior do que foi, mas de repente eu percebi os quilômetros passando, minha respiração melhorando (graças aos comentários do Lá) e comecei a curtir cada minuto do treino. Passou bem mais rápido do que eu esperava. Felizmente a estradinha ajudou. O caminho de ida era cheio de subidas e elevações mas, consequentemente, a volta foi bem tranquila. Quando estávamos quase de volta o Lá me disse: Zi, estamos quase lá, tá na hora de apertar o passo. Pronto. Fiquei ansiosa, minha respiração voltou à desordem e meu coração lá em cima. Eu respondi: f... já tô daquele jeito, não quero apertar. O Lá então me traquilizou, me disse que não tínhamos que fazer nada, podíamos continuar naquele ritmo, para eu não me preocupar. Mas ele disse depois: Zi, você tem que confiar na sua corrida. Só isso. Ele não precisou falar mais nada, nem acelerar para me puxar. Eu mesma, sozinha, decidi que queria fazer isso... e deu certo. Fizemos a última parte do percurso em um ritmo maior do que o resto, como tinha que ser segundo a minha planilha. Fiquei muito feliz e consegui curtir o treino todo. Tudo porque estava chovendo, estávamos em outro lugar, num percurso mais difícil e eu ainda tinha domingo para treinar se nada desse certo. E todos esses contras me dariam as desculpas necessárias, caso eu não conseguisse. Por isso mesmo, porque eu não precisei me cobrar e não esperava um bom resultado, fiz o meu melhor treino longo do ano. E um dos mais gostosos da minha vida. Terminei com um pace médio mais veloz do que o que eu tinha que fazer, e sem me esforçar muito para isso, sem pensar que eu queria fazer isso. Eu queria que fosse sempre assim. Será que eu vou conseguir curtir a prova de domingo que vem?