segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Hoje li um post de uma amiga sobre altruísmo e corrida. Mais uma vez, essa turma (que correu do meu lado no Circuito Athenas do RJ, minha primeira prova mais longa desde que voltei a treinar) me fez lembrar um sentimento que gosto tanto e que a corrida faz vir a tona. Essa atitude de ajudar o outro, de literalmente dar forças para que aqueles que gostamos consigam ultrapassar seus limites e realizar seus sonhos é rara atualmente e faz emergir um sentimento de conforto e serenidade em mim, muito gostoso. Sentindo assim, eu consigo recuperar a esperança e otimismo com relação ao dia a dia e a vida como um todo. Quando digo 'otimismo', não me refiro aquele otimismo babaca, do tipo 'a vida ainda tem jeito' ou 'estamos a procura da felicidade', mas a um otimismo maior (ou menor), do tipo 'há espaço para companheirismo na vida', 'ainda existem pessoas que não se importam de facilitar a vida dos outros e faze-los sentir mais confortáveis'. Isso, para usar um termo super clichê, não tem preço. É o que me faz lembrar das coisas que realmente valem a pena no dia a dia.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Zona de conforto

É muito difícil sair da nossa zona de conforto. Sem perceber, começamos a formar uma parede de proteção que nos envolve e dificulta muito a movimentação para fora de uma área determinada, onde o conforto e o conhecido predominam. O problema é que essa parede vai fechando cada vez mais e nossa área de conforto fica cada vez menor, até nos deixar imobilizados, sem espaço para se mexer. Qualquer movimento é difícil, é sair dessa zona e, para isso, é preciso força suficiente para quebrar uma barreira. São raras as pessoas que ainda se preocupam em quebrar a parede, que lutam para manter o seu espaço aberto. Lógico, como eu disse antes, qualquer mudança é dolorida. A grande maioria de nós fica parado, assistindo o espaço diminuir (o que é muito mais gostoso). As vezes eu preciso de um chacoalhão para 'quebrar a minha parede', preciso de um empurrão para sair da zona de conforto. Eu me preocupo com isso, faço um exercício mental diário para não me deixar acomodar mas, ainda sim, de vez em quando eu preciso de algo que me obrigue a aumentar meu espaço.
Na corrida é a mesma coisa. É difícil fazer uma força extra, não se acomodar, estar sempre tentando melhorar. Cada um tem seu jeito de manter a corrida interessante e de progredir. Alguns se apoiam na competição com outros, querendo sempre chegar mais rápido ou ir mais longe. Outros apostam na competição consigo mesmo e focam em melhorar os próprios tempos ou aumentar as próprias distâncias. São dois modos de pensar bem diferentes, mas igualmente valiosos. Não há um certo ou errado, não há cartilha para manter a vida em movimento, para manter a corrida interessante. Eu acredito que é importante aproveitar o conforto, se deixar relaxar, mas é imprescindível estar sempre atento para manter a própria zona de conforto grande, o espaço aberto e a parede longe, cheia de rachaduras. O mais difícil, e que só aprendemos com o tempo, é saber quando é hora de manter o ritmo confortável e quando é hora de 'ir para a morte',  transformando cada treino em uma experiência diferente.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Criador e criatura

No final das contas fiquei trabalhando e não consegui correr os 8km como eu queria. Por um lado foi bom, eu estava muito cansada do trabalho da semana toda e do final de semana também e, pra ser absolutamente sincera, eu não estava com muita vontade de correr. Quando vi todo mundo chegando, me bateu aquela vontade de ter completado a prova, mas eu tenho que aprender a lidar com essas situações e acho que (dessa vez) lidei bem. Valeu muito a pena ter visto a Eli, minha treinadora querida, correr e chegar entre as cinco primeiras. Ainda tive a honra de entregar o troféu de 4o. lugar para ela. Fiquei super feliz! Foi bom ter cumprido a minha função e ter trabalhado para a prova correr bem pra todos os atletas. Fiquei satisfeita com isso! Agora é olhar pra frente e escolher os próximos desafios. Domingo tem mais e dessa vez não vou trabalhar, só aproveitar!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Recomeçando

Faz tempo que eu não escrevo sobre corrida, porque fazia muito tempo que eu não corria realmente. Desde o ano passado, quando me machuquei, eu não vinha treinando direito. Também não estava treinando pelas razões certas, eu acho. De vez em quando acredito que a vida nos dá sinais muito claros de que estamos no caminho certo ou errado (seja lá o que for certo ou errado, isso muda de indivíduo para indivíduo). E, na maioria das vezes, a gente não presta atenção, ignora esses sinais ou insiste no erro. Acho que isso estava acontecendo comigo. A mudança é um processo muito dolorido, sempre. Não importa qual mudança ou o quanto desejamos esta mudança. Mudar dói. E acho que eu não conseguia me libertar, me deixar mudar. Por isso ficava no meio do caminho. Presa a referências do passado e vivendo um tempo completamente diferente, no qual essas referências não faziam o menor sentido. Na corrida isso se traduziu em meses de treino frustrado, nos quais eu tentava seguir referências antigas com uma realidade completamente nova. Deu errado, claro. Ao invés de me descobrir realmente, de começar a traçar o meu próprio caminho, de me conhecer melhor e me dar tempo de adaptação, eu me obrigava a perseguir metas irreais e, obviamente, acabava frustrada. Esse tempo fora, sem treinar com planilha e sem obrigação foi valioso. Aprendi, sofri e acho que mudei.
O domingo passado eu senti que a corrida está assumindo um papel diferente para mim. Essa prova representou um passo importante na minha vida de corredora. Consegui correr com leveza no coração (como diz a minha querida treinadora) e feliz. Conheci um grupo muito especial no caminho, que me deu uma 'carona' até a linha de chegada. No km 3 mais ou menos eu senti que estava confortável no ritmo deles e resolvi segui-los. Um pouco depois, eles já me fizeram sentir como se fosse parte do grupo e seguimos juntos mais 13km até a linha de chegada. Fiquei super feliz com a minha corrida e muito grata por ter encontrado pessoas como eles pelo caminho. Eles me fizeram lembrar outra coisa importantíssima da corrida que é o senso de identidade entre os corredores. Como se todos fizéssemos parte de uma comunidade secreta, que só quem corre entende. E nós nos entendemos. Obrigada Adriana, Sergio e Will pela força durante a prova!
Essa semana foi mais devagar, de mais descanso até domingo, quando vou fazer outra prova. Dessa vez serão 8km que eu quero fazer bem feitos, no ritmo e pra melhorar a minha nova marca nessa distância. Quero começar a traçar as minhas verdadeiras referências e este domingo vai ser uma ótima oportunidade.
Resumindo... é gostoso estar de volta aos textos e as pistas e com boas novidades para registrar!

quarta-feira, 2 de março de 2011

@gent

Ontem foi a primeira vez que treinei desde que cheguei aqui. Foram quase três semanas sem treinar. O frio deixa tudo mais difícil. A mudança, também. Até encontrarmos um lugar mais definitivo não consegui um tempo e o humor para correr. Estava correndo atrás de arrumar as coisas por aqui e não consegui me obrigar a treinar, ainda mais no frio de 2 graus, com chuva.
Ontem, no primeiro dia de sol por aqui, consegui fazer meu primeiro treino. Foi muito legal. Cheguei com as mãos congeladas, quase não consegui pegar a chave no bolso do casaco, de tão duros que estavam os meus dedos, mas foi super gostoso. Me perdi, passei por lugares que nunca tinha ido antes. Foi otimo. Cheguei feliz. Mas o fato é que aqui vai ser mais difícil. Ainda não me sinto em casa e o frio me atrapalha demais. Hoje de manhã não fui. Ainda guardo a esperança de sair daqui a pouco, a tarde, quando terminar o que tenho que fazer de trabalho. Mas eu estou com uma dificuldade enorme de voltar a rotina de treinos. Encontrei uma academia bem legal e perto daqui. Acho que isso vai me dar um incentivo a mais. Eu espero. Não quero perder a vontade de treinar. Não quero perder o momentum. Tenho que enfrentar o frio e cruzar essa linha de chegada!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Treino de pista: revisited

Ontem foi mais um dia de treino específico. Fui ao Clube Pinheiros para acompanhar o Lá e usar a pista. Os treinos destas últimas semanas tem sido bem diferentes de todos os outros desde que comecei a correr. Estamos de mudança, trabalhando bastante, nervosos, ansiosos e tudo isso influencia bastante o nosso rendimento. Para completar, estamos treinando cada dia em um horário diferente e em lugares diferentes. Para ser muito sincera eu não sei se isso é bom mas, até agora, como já disse antes, estou gostando das novidades. É mais interessante, o tempo parece passar mais rápido e usamos diferentes tipos de solo. Isso deve servir para alguma coisa.
Voltando ao treino de pista: ontem eu me diverti. Foram os famosos tiros de 100m. Não há como não gostar. É intenso, forte e rápido. Estava muito calor mas quando entrei na pista o sol já estava baixando e um ventinho tímido já começava a circular. Claro que fiquei nervosa e meu coração já disparou antes do primeiro tiro mas, mesmo assim, me controlei bastante e fiz tudo como etava planejado. Me diverti, fiz força, coloquei toda a minha vontade para fora. Foi muito gostoso. Eu sei que já escrevi que odiava os treinos de pista mas, desde que comecei a treinar com a Eli, eles tem sido muito interessantes e, no ranking da diversão, só perdem para meus longos bem feitos!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

É diferente, mas é bom!

Ontem fiz um treino completamente diferente. Até agora não acredito que fui treinar no estádio do Pacaembu as 8 horas da noite. Foram 50 minutos de corrida natural. Eu estava super cansada, em semana de mudança, sem conseguir pensar em nada. Fiz o treino na boa, em volta do campo, com subidas e descidas moderadas. Foi completamente diferente de todos os treinos que eu já fiz na vida. Fiquei super feliz de ter ido treinar (porque as 8 horas da noite de ontem eu já tinha dado o meu 'dia útil' como terminado). O Lá insistiu para que a gente fosse treinar, disse que ele ia de qualquer jeito. Confesso que eu hesitei, contemplei a hipótese de simplesmente sentar no sofá pela primeira vez no dia e esperar ele voltar. Mas ontem foi um dia diferente, especial. Minha treinadora querida precisava de muita força e a minha maneira de contribuir a distância foi dedicando o treino a ela. Passou super rápido. Cansei, mas fiquei muito feliz por ter cumprido a missão e enviado toda a minha energia positiva para a Eli. O fato de estar num lugar completamente diferente, no qual eu nunca imaginei que fosse treinar, e num horário fora do normal também ajudou a fazer o tempo passar mais rápido e tornou o treino muito mais interessante. Dormi feliz.

sábado, 22 de janeiro de 2011

E não é que dá?

Outro dia escrevi aqui que eu nunca tinha conseguido fazer um treino crescente de verdade, um treino mais constante, no qual eu fosse fazendo cada km mais rápido do que o anterior e, mais importante, sem ultrapassar o limite de bpms proposto. E não é que hoje eu fiz? Foram só 8km na USP, mas foram todos crescentes e meu coração não saiu pela boca. Uhuuuu!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

'Recorrência'

Esse ano meus treinos ainda não entraram em uma rotina. Cada dia treino num horario diferente, em um lugar diferente. Pra ser muito sincera não sei se isso é ruim, porque até agora estou aproveitando mais meus treinos do que no ano passado. Ontem não consegui treinar de manhã e acabei indo no Parque Villa Lobos com o Lá no final da tarde. Foi muito mais legal do que ter feito o treino da esteira da academia. Fiquei super feliz por ter ido lá. As vezes me dá preguiça de variar o percurso e acabo sempre optando pelo ambiente controlado da academia. Parece mais fácil. Mas a verdade é que quando estou em algum lugar diferente o treino passa muito mais rápido, é muito mais interessante e ainda tenho a rara oportunidade de fazer alguma coisa ao ar livre. Pra quem faz parte de uma geração que divide o tempo entre um prédio e o carro, esses momentos ao ar livre na cidade são muito valiosos.
Bom, tudo isso pra falar que hoje, de novo, não treinei de manhã por causa do dentista (de novo) e não sei que horas vou conseguir treinar. O mundo está caindo lá fora e eu não tenho a saída da esteira aqui em baixo porque não vou correr hoje. Hoje quero pedalar ou nadar, para dar um descanso pras pernas até o treino de amanhã. Não dá pra ver nada lá fora por causa da chuva. Nada! Em dias assim eu sempre fico com o coração apertado, uma angústia. Essa chuva é perigosa e nunca dá pra saber o que vai acontecer.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

OBS

Mission accomplished! Estou super feliz de ter ido.
PS: o treino foi bem mais puxado do que eu imaginava. Adorei!

Aqueles dias

Tem dias que parece que não vou ter forças nem para levantar so sofá, quanto mais para treinar. Hoje eu tô assim. Claro que eu podia dar todas as desculpas do mundo: dormi mal porque tinha dentista hoje de manhã e TODA vez que tenho dentista não consigo dormir; não pude treinar de manhã por causa do maldito dentista e agora a tarde parece que vai chover; meu joelho ainda está um pouco dolorido do treino de ontem, mesmo fazendo gelo; ou tá um trânsito infernal para chegar até a academia (essa é a pior de todas elas). Meu corpo inteiro me diz para ficar deitada e não cometer a violência de vestir um short, calçar o tenis e sair correndo por aí. Mas a verdade é que, hoje, eu não tenho desculpa. Tá chovendo e tá transito? Tem uma esteira (ruim, mas tem) aqui em baixo do prédio. Tô com preguiça? O treino hoje é relativamente tranquilo e muito importante. Dormi mal? Posso voltar do treino cedinho, tomar banho e deitar o tempo que eu quiser. Não tem jeito. Claro que nem sempre é assim e, de vez em quando, as desculpas não são desculpas, são fatos reais que nos impedem de cumprir a planilha ou dias em que o corpo demanda um descanso que não estava planejado. Aí é importante respeitar. E nesses dias eu, pelo menos, não me culpo. Sempre arranjo um jeito de encaixar o treino que ficou pra trás. Mas hoje não é um desses dias.

E nos dias como hoje, eu sempre lembro de uma frase que li quando comecei a correr: I may regret not going, but I have never regreted a workout. Então o jeito é ir e ficar feliz depois por ter ido.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

2011: treinamento de base

Aproveitando a desculpa do 'ano novo, vida nova', resolvi começar do zero a minha relação com a corrida. Resolvi esquecer as marcas e vicios prévios para reaprender a correr de maneira proativa e mais saudável. Comecei esse ano como se tivesse começado a correr pela primeira vez (mas com uma ajudinha dos anos anteriores, rs)
Só a pouco tempo eu finalmente entendi a importância de um treinamento de base. Antes eu apertava o start no relógio e saia correndo rápido, me cobrando um bom pace desde o primeiro quilômetro. Com tudo o que aconteceu no ano passado, tive que aprender a controlar (um pouco) a ansiedade e cumprir um patamar de batimentos cardíacos ou de velocidade preestabelecido a cada treino. No começo foi difícil e muito chato, porque tive que correr várias vezes em uma velocidade muito lenta para não ultrapassar a linha estabelecida. Depois comecei a relaxar e acabei curtindo (até demais) a moleza dos treinos mais lentos. Aí tive que acelerar pra cumprir o que estava proposto. Mas, acelerando, eu sempre passava da marca estabelecida e tinha que 'quebrar o treino', ou seja, diminuir a minha velocidade no final ao invés e aumentar e fazer uma corrida mais crescente. Esse ainda é o meu maior desafio: a corrida crescente, dentro dos patamares estabelecidos previamente. Ainda não consegui realizar um treino crescente 'perfeito', no qual eu não tivesse que diminuir a minha velocidade na parte final para ficar dentro dos bpms propostos. Acho que aí entra todo esse treinamento de base. Acho que a base é se conhecer bem e conseguir manter uma velocidade e o coração num ritmo constante. Com isso consolidado, aí é partir para melhorar a performance. Realmente não é possível ter uma vida longa e cheia de conquistas na corrida sem um bom treinamento de base. Claro que já estou com vontade de fazer a inscrição em uma meia maratona, mas tenho que me controlar para fazer as próximas provas de maneira mais saudável e muito mais consciente. Quero me conhecer melhor, entender o que meu corpo me diz durante a corrida para poder saber se acelero ou não nas provas, para poder saber até onde posso ir, sempre para melhorar... tendo dito isso... lá vou eu seguir minha sequencia de treino e fazer a inscrição na primeira 10k de 2011.