sexta-feira, 27 de julho de 2012

Time's ticking


Enfiei na cabeça que quero fazer a Golden Four do final de semana que vem em menos de 2 horas. Tô com medo de oficializar essa vontade escrevendo aqui (ou falando pra qualquer pessoa) mas, eu quero! Porque eu quero? Pra me desafiar, pra me fazer sair da zona de conforto, pra me testar. Porque tô com medo de oficializar? Pra não me frustrar se não conseguir e não frustrar as expectativas alheias. Sei que isso pode parecer bobagem mas, eu tendo a não gostar de criar expectativas que não tenho certeza de que posso cumprir. E essa eu não tenho certeza. Hoje resolvi fazer o treino (de 12km) pensando nisso. Coloquei o ritmo que quero imprimir na prova e fui em frente. Resultado: tô toda dolorida. Não sei se aguentaria esse ritmo por mais 9km. Claro que as condições serão um pouco diferentes. Eu não vou sair na noite anterior, vou comer melhor, vou dormir mais. Mas, ao mesmo tempo, esses detalhes não fazem milagre e só dão um empurrãozinho final.
Meu plano é seguir os marcadores de ritmo. É muito mais fácil seguir o pace de alguém, ter uma pessoa correndo junto, do que controlar tudo sozinha. Com isso, não preciso nem olhar no relógio . Posso ir mais tranquila, só seguindo os caras (que ilusão, é obvio que vou olhar a cada 500m). A minha maior dúvida é qual pace seguir. Tenho medo de sair para 5'30" o km e quebrar no meio do caminho ou de seguir os 6'00" e não conseguir acelerar no final. Estou com medo de ir rápido demais ou devagar demais. Não sei em qual velocidade investir.
Na verdade eu acho que cansei de sempre ir com calma, devagar, me poupando. Quero tentar fazer realmente o meu melhor. Algo me incomoda quando penso em simplesmente terminar essa prova. Quero ir além. Vamos ver no que vai dar. Vou tentar fazer do Garmin meu melhor amigo.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Downhill

Estou muito sem energia para os treinos essa semana. Ainda não recuperei a vontade de treinar, a vontade de fazer mais e melhor. Toda manhã eu acordo, decido que não vou treinar, levanto e vou para o treino. No treino, faço o melhor que consigo mas não estou fazendo tão bem como a algumas semanas atras. Sei que ninguém fica no pico o tempo todo mas acho que comigo é mais. Preciso de descanso. Acho que estou esgotada. É mais psicológico do que físico. Mas, mesmo assim, o cansaço fica explícito no relógio. Tenho sido bem guerreira e corrido atrás do resultado. Isso eu não posso negar. Mas preciso descobrir a razão real para tamanha falta de energia.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Neverending story

Conversando com uma amiga, fera no triathlon, hoje, descobri que não sou a única dolorida e sofredora. Descobri que ela também dói, que também tem dias ruins e que também sofre na grande maioria dos treinos. O que é diferente entre a gente? A maneira como lidamos com o sofrimento. Acho que eu ainda tenho uma tolerância menor ou um relacionamento mais hostil com o sofrimento e a dor. Ainda sofro demais e me desespero. Enquanto ela aceita que está doendo e, com isso, aumenta a tolerância aos obstáculos. Eu sofro por antecipação. Quando começa a ficar difícil, eu entro em desespero e sofro de forma desproporcional. Mas isso não acontece só no esporte, faço isso com tudo na vida. Por um lado, eu gosto. Crio um drama, me deixo entretida. Mas, ao mesmo tempo, acabo fazendo as coisas muito maiores do que realmente são e, na maioria das vezes, sofro sem precisar. Cada vez que começo um treino, tenho a sensação de que não vai terminar nunca, que o treino é perpétuo. Quando acaba, eu tenho a sensação de missão cumprida, como se não precisasse treinar nunca mais. Mas, no dia seguinte ou no mesmo dia, já tem outra sessão de treino pra fazer. E aí é um drama. Nunca acaba. Eu olho todos os treinos da semana antes, assim que recebo a planilha. Então, na segunda feira anterior,  já começo a pensar no longão de domingo. É uma loucura. O treino nunca termina, sempre tem algo pendente. Isso me desespera. E me deixa entretida ao mesmo tempo. O problema é que estou numa fase de reconstrução. Não quero nada que me encha o saco, que me atrapalhe e esse meu mecanismo me deixa tensa.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Semana pra curtir

Hoje troquei o treino de manhã por um shiatsu. Foi extremamente necessário e dolorido. Entrei querendo uma sessão relaxante mas, no fundo, eu sabia que ia sofrer. De novo, dor. De duas, uma: ou estou choramingando demais ou estou realmente mais sensível do que normal. De qualquer maneira, seja o que for, preciso dar um jeito nisso.
Ainda não consegui reaver a minha motivação. Estou com vontade de treinar mas não vejo sentido nenhum nisso e isso me assusta. Acho que tô de TPM. Isso me deixa assim, descrente e estranha. Não estou vendo muito sentido em nada agora. Não posso encanar. Vou seguir a planilha, me divertir, suar e sonhar com a minha bike nova. A palavra da vez é 'curtir'.

domingo, 22 de julho de 2012

Wishlist

Bom, parece que os fatos tem se repetido. Ontem, dor. Hoje, dor. Os últimos treinos tem sido muito sofridos pra mim. Não sei se é cansaço acumulado, TPM ou a bike errada, mas essa semana foi difícil seguir a planilha. Ontem conversei com o meu treinador e com outro atleta da turma e eles me disseram que minha bike está pequena demais, que dá pena me ver pedalando e sofrendo nela. Eu já sabia, já desconfiava que ela era pequena demais para mim, mas não sabia que isso poderia influenciar tanto os treinos, minha performance e, principalmente, meu desenvolvimento no esporte.
E lógico que, depois de ouvir isso deles, fazer o treino mais longo da vida hoje foi ainda mais difícil. Fiquei na dúvida entre ir pra aulas seguidas de spinning ou rodar os 70km na USP e, na hora H, decidi que tinha que enfrentar o desafio e fui pra rua. Foi otimo, fiquei feliz que completei, mas faltou alguma coisa. Sei que amanhã vai ser ainda mais difícil treinar. E agora estou me perguntando porque faço tudo isso. Porque estou lutando para completar esta planilha, para terminar os treinos? Essa semana perdi a linha de raciocínio, não estou conseguindo encontrar uma resposta convincente para a questão acima. Agora, sem querer, enquanto escrevia, acho que encontrei a razão pela qual está tão difícil terminar os treinos. Estou sem foco. O grande desafio é descobrir se estou sem foco porque está difícil demais ou se está difícil demais porque estou sem foco. Ao mesmo tempo, me dói o coração pensar em abandonar. Não é isso que eu quero. Quero só resgatar a motivação e a vontade de treinar mais forte, de ir mais longe. E o prazer que isso me dá. Falando em prazer, outro desafio é segurar a ansiedade e a vontade de comprar uma bike nova, adequada e que, quem sabe, consiga de me devolver um pouco da motivação para seguir treinando.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Contos da inexperiência

Cruel. Não há outra palavra para descrever o treino de hoje de manhã. Porque? Primeiro pelo frio: oito graus. Segundo pelo horário: cinco horas da manhã. E, terceiro, pela minha inexperiência: fui sem luvas, de shorts e sem protetor de sapatilhas.
Qual foi o resultado? O treino mais sofrido dos últimos anos: mãos queimadas, dedos dos pés dormentes, nariz escorrendo, pernas congeladas, performance ruim. Isso na bike.
Na corrida, a mesma dinâmica. Demorei quase 20 minutos para sentir meus pés novamente e começar a prestar atenção na técnica. Aí, a mecânica já não me interessava e o cansaço tomava conta de mim, por inteiro.
Mas não tem jeito. Resultado parcial? Duas horas e quinze minutos de sofrimento. Resultado final? Um sentimento profundo de realização e a certeza de que um rolo de pedalar é um investimento necessário. Como me disse um amigo meu hoje: no pain, no gain. Mas vale dar uma aliviada na dor de vez em quando.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Third time's a charm!

Percebi agora que faz quase um ano que não escrevo aqui. Coincidentemente, passei um ano inteiro treinando pela metade, sem objetivo e sem conseguir fazer o que eu queria. Na verdade, acho que eu nem sabia o que queria realmente. Por isso, talvez, eu não tenha conseguido treinar com foco e com saúde por um ano inteiro.
Senti falta e isso me fez ficar ainda mais aflita. Não consegui aproveitar totalmente as 'férias' do treino e nem ter o impulso suficiente para treinar direito. Ou treinei demais e me lesionei, ou treinei de menos e me senti culpada. Nenhuma das duas foi boa opção. Mas, como olhar para trás também não é boa opção na pista, segui em frente.
Mudei a tática e, até, a modalidade. Já entendi que não aguento um volume de treino de corrida suficiente para uma maratona, então procurei outra maneira de balancear treinos e preparo para encarar uma prova longa. Migrei para o triathlon.
Além de entreter o corpo com diferentes estímulos, estou conseguindo entreter a mente com uma rotina mais dinâmica. Os treinos aumentaram de volume e intensidade consideravelmente mas, ao mesmo tempo, a sobrecarga em cada conjunto muscular é menor e mais balanceada.
Tenho corrido bastante mas sem sentir nenhuma dor. Tenho pedalado bastante e sentido os benefícios dos treinos mais longos nas provas de corrida que fiz este ano.
Além disso, como as provas de triathlon por aqui ainda são pequenas e não muito populares, de vez em quando consigo descolar um troféu de primeiro lugar na categoria. O que me dá um estímulo extra.
Aprendi, neste ano 'parada', que não adianta colocar objetivos maiores do que os que realmente conseguimos alcançar no tempo previsto. O que quero dizer é: não há objetivo impossível, podemos fazer qualquer coisa, completar qualquer prova, desde que seja no tempo certo. Ou seja, não adianta colocar na cabeça que vou completar uma maratona se ainda não estou preparada, tanto fisicamente quanto psicologicamente, para isso. Um passo de cada vez.
Lógico que já estou pensando nas provas maiores, um Ironman 70.3, isso é irremediável. Mas, pelo menos, consigo enxergar que ainda tenho muitos shorts e olímpicos para terminar antes de marcar a data para uma prova longa como esta.
Por enquanto, quero me sentir mais segura nas distâncias menores, saber o que estou fazendo e, gradualmente, aumentar o desafio. Espero que essa tática me mantenha assídua nas pistas e no papel (ou, nesse caso, no teclado rs).