quarta-feira, 25 de julho de 2012

Neverending story

Conversando com uma amiga, fera no triathlon, hoje, descobri que não sou a única dolorida e sofredora. Descobri que ela também dói, que também tem dias ruins e que também sofre na grande maioria dos treinos. O que é diferente entre a gente? A maneira como lidamos com o sofrimento. Acho que eu ainda tenho uma tolerância menor ou um relacionamento mais hostil com o sofrimento e a dor. Ainda sofro demais e me desespero. Enquanto ela aceita que está doendo e, com isso, aumenta a tolerância aos obstáculos. Eu sofro por antecipação. Quando começa a ficar difícil, eu entro em desespero e sofro de forma desproporcional. Mas isso não acontece só no esporte, faço isso com tudo na vida. Por um lado, eu gosto. Crio um drama, me deixo entretida. Mas, ao mesmo tempo, acabo fazendo as coisas muito maiores do que realmente são e, na maioria das vezes, sofro sem precisar. Cada vez que começo um treino, tenho a sensação de que não vai terminar nunca, que o treino é perpétuo. Quando acaba, eu tenho a sensação de missão cumprida, como se não precisasse treinar nunca mais. Mas, no dia seguinte ou no mesmo dia, já tem outra sessão de treino pra fazer. E aí é um drama. Nunca acaba. Eu olho todos os treinos da semana antes, assim que recebo a planilha. Então, na segunda feira anterior,  já começo a pensar no longão de domingo. É uma loucura. O treino nunca termina, sempre tem algo pendente. Isso me desespera. E me deixa entretida ao mesmo tempo. O problema é que estou numa fase de reconstrução. Não quero nada que me encha o saco, que me atrapalhe e esse meu mecanismo me deixa tensa.

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