quarta-feira, 27 de julho de 2011

Zona de conforto

É muito difícil sair da nossa zona de conforto. Sem perceber, começamos a formar uma parede de proteção que nos envolve e dificulta muito a movimentação para fora de uma área determinada, onde o conforto e o conhecido predominam. O problema é que essa parede vai fechando cada vez mais e nossa área de conforto fica cada vez menor, até nos deixar imobilizados, sem espaço para se mexer. Qualquer movimento é difícil, é sair dessa zona e, para isso, é preciso força suficiente para quebrar uma barreira. São raras as pessoas que ainda se preocupam em quebrar a parede, que lutam para manter o seu espaço aberto. Lógico, como eu disse antes, qualquer mudança é dolorida. A grande maioria de nós fica parado, assistindo o espaço diminuir (o que é muito mais gostoso). As vezes eu preciso de um chacoalhão para 'quebrar a minha parede', preciso de um empurrão para sair da zona de conforto. Eu me preocupo com isso, faço um exercício mental diário para não me deixar acomodar mas, ainda sim, de vez em quando eu preciso de algo que me obrigue a aumentar meu espaço.
Na corrida é a mesma coisa. É difícil fazer uma força extra, não se acomodar, estar sempre tentando melhorar. Cada um tem seu jeito de manter a corrida interessante e de progredir. Alguns se apoiam na competição com outros, querendo sempre chegar mais rápido ou ir mais longe. Outros apostam na competição consigo mesmo e focam em melhorar os próprios tempos ou aumentar as próprias distâncias. São dois modos de pensar bem diferentes, mas igualmente valiosos. Não há um certo ou errado, não há cartilha para manter a vida em movimento, para manter a corrida interessante. Eu acredito que é importante aproveitar o conforto, se deixar relaxar, mas é imprescindível estar sempre atento para manter a própria zona de conforto grande, o espaço aberto e a parede longe, cheia de rachaduras. O mais difícil, e que só aprendemos com o tempo, é saber quando é hora de manter o ritmo confortável e quando é hora de 'ir para a morte',  transformando cada treino em uma experiência diferente.

3 comentários:

  1. Isadora, eu odiava sair da minha zona de conforto, odiava correr com sofrimento.
    Em algum momento isso mudou, e foi naturalmente.
    Mas te confesso que os treinos sofridos não são os meus preferidos, ainda não.

    Beijos :)

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  2. Drica, que bom ler seu recado!
    Tem horas que o treino sofrido faz sentido, tem que ser assim... Acho que faz parte mesmo. Eu escrevi esse post depois da prova de 16k desse domingo. Meu marido correu do meu lado o tempo todo e, no final, ele foi me provocando nos últimos km. Na hora eu fiquei p. da vida, mas depois vi que fiz os 3 últimos km super bem, bem mais velozes do que os outros. Acho que eu tava precisando de um chacoalhão mesmo.... senão ia terminar tranquila, no tempo de sempre. Agradeci a provocação! rsss

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  3. Esses maridos! O Sergio tb aprontou uma comigo numa prova de 5km, roubou no ritmo de cada km para menos (eu corro sem relógio). Quase morri! Só me dei conta quando ví o relógio no pórtico da chegada. Abri um sorrisão :D

    A alegria daquela prova de 16km foi demais! Agora teremos os 21k para repetir a dose, coisa boa!

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