segunda-feira, 29 de março de 2010

Marte ataca

Corri a Track and Field ontem de manhã. Na sexta-feira eu estava confiante. Acordei com uma boa energia acumulada no sábado, sem medo. Certa de que eu conseguiria fazer o tempo estipulado pela estratégia do meu treinador. Estava um pouco insegura, claro, mas eu tinha ainda a vantagem de contar com a Paulinha do meu lado durante a prova, para me dar mais força e confiança. Mas, como as coisas nunca acontecem exatamente do jeito que a gente imagina, tive um dia muito duro no sábado. Cheguei em casa cansada e fui dormir cedo, mas derrotada. Passei a noite toda olhando no relógio, com medo da hora de levantar chegar. De manhã, acordei na hora certa, fiz tudo com calma. Tomei um bom café, me troquei, cheguei cedo na prova e encontrei todo mundo que queria. Fui para a linha de chegada sem pressa e sem muito nervosismo. Bem menos do que eu normalmente sinto. Largamos bem, estava mais rápida do que o planejado nos primeiros dois quilômetros, mas achei que eu não estivesse ligando muito para isso. No km 4 eu comecei a respirar mais forte, me sentir mais cansada e perdi o controle. Todos os pensamentos ruins que eu estava suprimindo vieram a tona. E, pronto, liberei o meu ataque de ansiedade. Respiração pesada, coração disparado, pernas pesadas, vontade de parar e a certeza de que eu não ia conseguir chegar ao próximo quilômetro. E mais, a 'obrigação' de continuar a corrida no ritmo da (Ana) Paulinha. Não que ela estivesse ditando o ritmo, ela estava ao meu lado o tempo inteiro, me incentivando e se não fosse por ela, eu não teria terminado a prova. Por isso mesmo, eu não queria decepcioná-la, de jeito nenhum. E não queria me decepcionar. Queria terminar a prova dentro do tempo previsto. Mas desisti. No minuto em que eu entrei em pânico, eu desisti. Não consegui mais recuperar a calma, nem a respiração e muito menos a velocidade. Fui fazendo cada km mais devagar e ficando mais desesperada. No final, quando vi a linha de chegada, me libertei. Minhas pernar ficaram mais leves e eu consegui dar um sprint final, o que prova que eu ainda tinha forças para continuar. Mas não adiantava mais, já tinha sofrido o caminho todo e já tinha perdido o meu tempo ideal. Pra falar a verdade, eu nem lembro do caminho da prova. Não lembro direito por onde passamos e nem de quem estava perto de mim. Não aproveitei... Na hora dividi a culpa com o meu treinador, que não me dá um feedback há algum tempo e me deixa insegura. Agora, eu acho que isso até conta, mas a verdade é que o problema está dentro de mim. Tenho que aprender a lidar com os meus demônios e usar as corridas para o meu prazer, para colocar tudo para fora e não para intensificar ainda mais o stress do dia a dia. Durante a prova, eu jurei pra mim mesma que não ia mais fazer nenhuma corrida de 10km. Agora, que eu consigo ver as coisas mais claramente, acabo de decidir que eu quero continuar fazendo as provinhas, mas sem me cobrar tanto. Se eu for, vai ser pra curtir e não para ficar olhando a cada segundo no relógio.

Um comentário:

  1. Linda...estarei sempre que puder, ao seu lado,e , não tenha medo de me decepcionar, isso não vai acontecer!!!
    Teremos muitas mais corridas de 10km juntas!!!
    bjokas

    ResponderExcluir