quarta-feira, 8 de setembro de 2010

4 vezes 4 por 1

Depois de quase 4 meses, voltei ao ortopedista e constatei que a fratura no calcâneo já faz parte da história. Estou pronta para correr de novo. Fiquei tão feliz no consultório que chorei. Eu tinha uma idéia, mas não sabia o tamanho do alívio que essa sentença poderia me oferecer. Controlei as lágrimas, agradeci ao doutor, que muito solícito conversou até com a minha treinadora, a querida Eliana Reinert (que esteve ao meu lado o tempo todo, sempre com energia positiva), para esclarecer as condições da minha volta às pistas. Antes de sair, o médico me explicou como teria que ser esta volta: um treino gradativo, para me reacostumar a correr. E ele me entregou um papel, com uma sequência de treinos para uma semana. O meu primeiro treino de corrida era: caminhar por 4 minutos e TROTAR (muita ênfase na baixa velocidade) por 1 minuto, 4 vezes (o que dá 20 minutos, praticamente um aquecimento). Confesso que fiquei um pouco desapontada. A ansiedade era enorme e eu estava voltando praticamente à estaca zero (eu pensei na hora). Mas, a felicidade por não ter mais aquela lesão era tanta que passei por cima desse desapontamento e foquei no que realmente era importante: é melhor correr um minuto do que não correr at all. No dia seguinte, vesti meu shorts de corrida, meu tênis e meu boné (ítens que eu não usava a 4 meses). Saí de casa praticamente saltitando de alegria, cheguei na academia até mais cedo do que de costume. Fiz o treino e terminei feliz. Claro que fiquei com a maior vontade de ignorar o relógio e continuar correndo, aumentar a velocidade e matar a saudade. Mas, fiz tudo como manda o figurino. No dia seguinte, treinei na rua, a mesma sequência. Depois, já recebi os primeiros treinos da Eli. Cada dia a corrida aumenta, o caminhar diminui e vou recuperando sentimentos que eu guardei durante os meses parada. A volta tem sido extremamente prazerosa. E, por isso mesmo, decidi que daqui pra frente todos os treinos vão ser assim: prazerosos. Quando falo isso, não me refiro só a treinos fáceis e leves, me refiro à maneira de encarar até os treinos mais árduos. O verdadeiro prazer está em descobrir o meu melhor e não em alcançar metas propostas por outras pessoas, para outras pessoas. Talvez essa tenha sido a principal lição que tirei do tempo 'parada'. Talvez todos nós precisemos de uma pausa, uma respiração profunda e uma outra perspectiva para percebermos a melhor maneira de levar a vida.

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